OS VENCEDORES DO PRÊMIO DO SINDICATO DOS ROTEIRISTAS

No dia 21 de março de 2021 aconteceu a premiação do Sindicato dos Roteiristas. Além de ser um grande termômetro para o Oscar 2021, a premiação é muito importante para nós, roteiristas e escritores, pois é onde profissionais do meio analisam e julgam diversas obras que, no mínimo, devem ser estudadas. Portanto, precisamos olhar esses vencedores com muito cuidado e atenção. Fizemos uma lista dos premiados e sugerimos que você separe um tempo na sua agenda para assistir a cada um deles.

TED LASSO

Quem tem AppleTV provavelmente está muito ligado em TED LASSO, série que ganhou dois prêmios no Sindicato de Roteiristas: o de melhor série de comédia e o de melhor nova série. Para quem não conhece, TED LASSO conta a história de um treinador de futebol americano que vai assumir como técnico em um time da Premier League, a Série A do futebol inglês. E é claro que esse personagem vai fazer comédia com todas as diferenças culturais e todo o desconhecimento dele sobre o futebol da bola redonda. Vale muito a pena conferir essa série, que também arrebentou no Globo de Ouro.

THE CROWN

Já na categoria de série-drama, nenhuma surpresa, né? A vencedora foi THE CROWN, série que conta os bastidores da realeza inglesa. Cada episódio de cada temporada é uma verdadeira aula de roteiro. Vale lembrar que THE CROWN arrebentou nessa temporada do Critical Choice e no Globo de Ouro e levou absolutamente tudo. THE CROWN está disponível na Netflix e, se você ainda não viu, corre lá para ver.

O GAMBITO DA RAINHA

Na categoria de melhor roteiro adaptado, em formato que não é nem filme nem série, ou seja, que pode entrar minissérie, série limitada e obras do tipo, também não tivemos surpresa, já que o vencedor foi O GAMBITO DA RAINHA, sucesso absoluto da Netflix. Se você passou batido por O GAMBITO DA RAINHA porque não gosta de xadrez, larga de bobeira e vai lá conferir essa série espetacular.

MIS AMÉRICA

Na categoria melhor roteiro original, em formato que não é nem série nem filme, venceu o MIS AMÉRICA, minissérie que também recebeu várias indicações no Emmy e outras premiações. MIS AMÉRICA é muito bem construída e nos dá uma lição de roteiro e de cidadania a cada episódio. Vale muito a pena conferir.

O DISSIDENTE

O prêmio de melhor roteiro para documentário foi para O DISSIDENTE, de Bryan Fogel. Se você não o conhece, Fogel venceu o Oscar de melhor documentário com ÍCARO, que está disponível na Netflix. Ao contrário de ÍCARO, o documentário O DISSIDENTE não conseguiu fechar contrato com nenhuma das grandes distribuidoras ou VODs. Por quê? Porque esse ele é explosivo, recheado de denúncias políticas muito importantes. Só o fato de nenhuma distribuidora querer abraçar O DISSIDENTE já diz muito positivamente sobre ele. Então, vale a pena analisar como Fogel montou esse documentário poderoso, um dos melhores filmes dessa temporada de premiações.

BORAT: FITA DE CINEMA SEGUINTE

Na categoria de filmes de ficção, concorrendo entre os melhores roteiros adaptados, o prêmio foi para BORAT: FITA DE CINEMA SEGUINTE, filme que está disponível na Amazon. Para concorrer em roteiro original, tudo deve ser original. Não só a história, mas inclusive os personagens não podem ter aparecido em nenhuma outra obra, livro, quadrinho, conto ou filme. Como é uma continuação pois o personagem já apareceu em outro filme, BORAT concorreu a melhor roteiro adaptado.
A premiação, tanto para BORAT quanto para O DISSIDENTE, aponta a relevância das questões políticas para o Sindicato dos Roteiristas, que sempre preza por filmes ou obras que tratam sobre esses assuntos. Quando o tema envolve questões políticas, tais roteiros costumam performar bem na premiação do Sindicato.

BELA VINGANÇA

E, o maior prêmio da noite, de melhor roteiro original, foi para BELA VINGANÇA, que só vinha crescendo na reta final da temporada de premiações, momento certo para ganhar Oscar de melhor roteiro. BELA VINGANÇA venceu concorrentes fortes como OS 7 DE CHICAGO, de Aaron Sorkin, um dos maiores roteiristas da atualidade. O roteiro do BELA VINGANÇA precisa realmente ser estudado, pois tem uma construção muito curiosa e diferente, principalmente no terceiro ato. Palmas para Emerald Fennell, roteirista de KILLING EVE, em seu primeiro trabalho de longa.

Nos vemos no próximo artigo!

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Eu sou Claudio Formiga!

Nascido no Rio de Janeiro, me graduei em Comunicação pela UFRJ. Comecei minha carreira de roteirista ainda na primeira geração na internet, escrevendo em sites de humor e televisão.

Eu sou Claudio Formiga!

Nascido no Rio de Janeiro, me graduei em Comunicação pela UFRJ. Comecei minha carreira de roteirista ainda na primeira geração na internet, escrevendo em sites de humor e televisão.