Separamos uma série de perguntas feitas em nossas redes sociais, para ajudar você a entender melhor o processo da escrita. Vamos lá!
COMO CRIAR DIÁLOGOS OBJETIVOS?
Certamente, na primeira versão do livro ou do roteiro que estamos escrevendo, nossos diálogos ficam, vamos dizer, um tanto quanto gordinhos. Só depois é que vamos editando e cortando os excessos. Mas muita gente tem dificuldade com diálogos porque não conhece sua verdadeira função. O diálogo serve para andar com a história para frente, revelando cada vez mais a trama e os personagens. Diálogo não é uma conversa normal, é uma conversa emulada. Toda vez que seu personagem abre a boca, isso precisa ter algum tipo de objetivo. É isso que o público espera. Portanto, quando estiver planejando seus diálogos, pense: o que você está revelando do personagem e o que da trama está andando para frente? Qual é a informação nova que o público está recebendo através daquele diálogo?
COMO NARRAR ACONTECIMENTOS COTIDIANOS DE MANEIRA EMOCIONANTE?
A chave de tornar o trivial emocionante está no conflito. Você precisa colocar conflito em todas as cenas da sua história. Um exemplo simples e fácil de entender é o que acontece no filme “Homem-Aranha”, o primeiro, de Sam Raimi. Peter Parker quer pegar o ônibus, mas tem que correr atrás dele porque o ônibus partiu. Conflito um. Depois que ele entra no ônibus, temos uma das cenas mais cliché de filmes americanos: ninguém o deixa sentar do lado. Conflito dois. Ou seja, um evento simples e cotidiano, que é pegar um ônibus, fica emocionante porque é cheio de conflitos.
COMO VENCER O BLOQUEIO CRIATIVO?
Bloqueio criativo é a maior ficção que um escritor já inventou. E quem inventou essa expressão não escreveu uma boa história, mas uma excelente ficção que entrou na mente de todos os criativos. Bloqueio criativo não existe. Isso é falta de estudo, de conhecimento de estrutura de história e de como escrever personagem. Se você consegue se organizar e planejar bem a sua história, sua escrita fluirá tranquilamente.
O QUE FAZ UM PERSONAGEM SER CATIVANTE E INESQUECÍVEL?
Nossos protagonistas precisam ser empáticos. Podemos até não concordar com o que fazem, mas devemos nos identificar de alguma maneira com eles. Todo personagem tem características humanas, que nos fazem nos aproximar deles. No começo da história de “Coringa”, filme de 2019, o personagem é roubado e espancado por alguns garotos. Como não sentir empatia pelo que ele passou? Afinal, nós também já fomos maltratados em algum nível em nossas vidas.
COMO FAZER NETWORK PARA VENDER ROTEIROS OU LIVROS?
Conhecer editores, agentes ou outros escritores para trocar figurinhas é muito importante. Se você está levando a sério sua escrita, precisa conhecer pessoas da área. Você precisa frequentar eventos, fazer cursos e interagir em redes sociais sobre o tema. Vá à Bienal do Livro ou a outros tantos festivais literários e audiovisuais. Faça cursos e você conhecerá muita gente, entenderá como elas trabalham, mostrará seu jeito de trabalhar e terá grandes chances de ser procurado depois. Instagram, Youtube e outras redes sociais também são ótimos canais que, além de partilharem informações importantes da área, também ajudam a conectar pessoas com o mesmo interesse. Não desperdice nenhuma oportunidade de fazer network. Há quem critique o network e o chame de “panela”. Mas, pense bem, quando você procura um dentista para extrair um dente você não pede indicação? Por que na área audiovisual e editorial seria diferente? Você acha que um produtor ou diretor vai procurar alguém assim “do nada”? É mais fácil ele pedir indicação ou escolher pessoas que já conhece e confia no trabalho. Claro que você também vai entrar em editais e concorrer a vagas do Linkedin, mas não pense que o network é dispensável.
