COMO ESCREVER UM PERSONAGEM PSICOPATA

Antes de mais nada, precisamos salientar que nem todo psicopata é um criminoso violento. Claro que todo o serial killer é um psicopata. Mas nem todo o psicopata é um serial killer. A psicopatia é um transtorno de personalidade caracterizado por alterações de comportamento, como falta de empatia, afeto ou remorso.


Os psicopatas, apesar de não conseguirem vivenciar ou gerenciar seus sentimentos, são totalmente capazes de reconhecer e entender esses mesmos estados emocionais em outras pessoas. Por isso, são grandes manipuladores. E excelentes mentirosos. Têm consciência de que enxergam o mundo de maneira totalmente única e escondem isso muito bem. A mentira e a manipulação, combinadas em um mesmo personagem, o deixam muito charmoso. Assim, conseguem ligar corretamente os botões que fazem com que outros personagens se encantarem por eles e realizem ações que sequer cogitariam. Mas também podem incutir muito medo nesses personagens.


Em geral, psicopatas são frios e calculistas. Principalmente os são serial killers, que planejam seus ataques em detalhes. Porém, sobre a pressão certa, podem não saber gerenciar seus sentimentos de raiva. Isso é visto com frequência em filmes. Quando uma coisa não sai dentro do planejado, eles acabam agindo de maneira impulsiva, sem pensar nas consequências a longo prazo. Só querem uma recompensa imediata para suas ações naquele momento. Assim, acabam cometendo algum erro ou ilícito, de forma totalmente espontânea.


Psicopatas são egocêntricos, tendem a olhar os outros como inferiores e gostam de realizar jogos com as pessoas, principalmente com as figuras de poder, como a polícia, a mídia e a justiça. Suas relações afetivas ou amorosas geralmente são curtas e superficiais. Em relação aos serial killers, note que não é apenas o ato criminoso em si que satisfaz aquele personagem. A caça e o próprio planejamento também são parte de sua fantasia.


Psicopatas sabem se adaptar muito bem aos ambientes para não serem detectados e poderem alcançar seus objetivos. Eles se vêm como especiais, gênios, heróis, salvadores. Não é raro justificarem seus crimes com argumentos como “estava tentando aliviar a dor daquelas pessoas” ou “estava deixando o mundo melhor”.


Na vida real, psicopatas são muito, muito raros. Equivalem a um por cento da população mundial. Já nos romances policiais, estão em abundância. Devem equivaler a 99 por cento dos antagonistas e vilões. E, como existem muitos serial killers em história de ficção, você precisa se esforçar ao máximo, sair da caixinha e pensar: o que posso fazer diferente? Avalie todas as informações que colocamos neste artigo e pense qual dessas características você poderia extrapolar, deixar muito maior do que normalmente é. Ou qual dessas características você pode fazer diferente, seja abandonando, transformando ou subvertendo. Você pode até unir essas características com as de um outro tipo de personagem, quem sabe com algum tipo de arquétipo que você conhece bem. Dessa forma, você vai conseguir criar um psicopata totalmente único.

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Eu sou Claudio Formiga!

Nascido no Rio de Janeiro, me graduei em Comunicação pela UFRJ. Comecei minha carreira de roteirista ainda na primeira geração na internet, escrevendo em sites de humor e televisão.

Eu sou Claudio Formiga!

Nascido no Rio de Janeiro, me graduei em Comunicação pela UFRJ. Comecei minha carreira de roteirista ainda na primeira geração na internet, escrevendo em sites de humor e televisão.