4 TÉCNICAS PARA ESCREVER HISTÓRIAS DE TERROR

MEDO

O medo é a essência de uma história de terror. Sem medo, ela não vai funcionar. E não estamos falando aqui de jumpscare, de ficar dando sustinho na sua audiência. Estamos falando de medos básicos, que você precisa colocar na sua história, como:

  • Medo instintivo: É o medo que tem fundamento lógico ou biológico, como medo de escuridão, de altura, de cobra, de aranha, de formigas assassinas e qualquer outra fobia que possa existir. São extremamente poderosos dentro de uma história de terror. O resultado de você usar um desses medos é uma forte conexão com a sua audiência, que provavelmente também tem algum medo parecido. Histórias de terror que usam bem esses medos remetem a um sentimento comum dentro das pessoas: coisas ruins também acontecem com pessoas boas.
  • Monstro e entidades sobrenaturais: O estranho e o desconhecido assustam demais. Mesmo sabendo que monstros não são reais e não vamos sair por aí esbarrando com vampiros, lobisomens ou fantasmas, ainda ficamos com uma pulguinha ali atrás da orelha, pensando “será que eles existem e eu é que nunca vi?”. São medos que fazem o público tremer e muito. Sabe por quê? Porque os monstros muitas vezes são a versão distorcida da humanidade. É como se entrássemos no fundo do poço mais escuro que possa existir e, lá no fundo, achássemos um espelho.
  • Tensões sociais: Tem coisa mais assustadora que outra pessoa? Somos uma sociedade racista, sexista, misógina e preconceituosa. O Brasil é o país que mata mais LGBTQI no mundo. Isso é o bastante para criar muito medo e também serve como uma potente arena para debates sociais sérios e necessários.

ATMOSFERA

Qual é a atmosfera que você escolheu para potencializar o tema da sua história? Um thriller de terror psicológico, por exemplo, pode ser potencializado por um ambiente de uma grande cidade, onde ninguém está nem aí para ninguém. Já uma história de terror clássica pode ser favorecida por ambientes góticos, dentro de uma sociedade cheia de crendices. Mas se você gosta de gore, muita tripa e sangue, pode usar uma ambientação que remeta às torturas medievais, como um prédio ou hospital abandonado, por exemplo. A ambientação não só potencializa a história, como também transforma seus personagens.

QUAIS SÃO OS RISCOS?

O que está em jogo na sua história é uma das coisas mais importantes. É a sobrevivência? Seu personagem está lutando para sobreviver e é por isso que está enfrentando os monstros? Ou ele está protegendo ou querendo salvar um ente querido? Salvar ou proteger o outro aumenta os riscos do personagem. E quanto mais elevados forem os riscos, melhor a história fica.

É SOBRE PESSOAS

Mas a melhor dica que podemos te dar é lembrar que o terror, assim como todas as outras histórias, é sobre pessoas. Sobre como as pessoas agem e reagem sobre uma determinada pressão. Entenda quem é o seu personagem e o que ele tem de especial que vai fazer o público se apaixonar por ele. Afinal, quanto mais gostamos de uma pessoa, mais nos importamos com o que pode acontecer a ela. Até as coisas mais bobas nos fazem sofrer, não é mesmo? E a mesma coisa acontece com seu personagem. Se a gente gosta muito dele, qualquer perigo que ele estiver passando vai doer em nós.

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Eu sou Claudio Formiga!

Nascido no Rio de Janeiro, me graduei em Comunicação pela UFRJ. Comecei minha carreira de roteirista ainda na primeira geração na internet, escrevendo em sites de humor e televisão.

Eu sou Claudio Formiga!

Nascido no Rio de Janeiro, me graduei em Comunicação pela UFRJ. Comecei minha carreira de roteirista ainda na primeira geração na internet, escrevendo em sites de humor e televisão.