3 DICAS PARA ROTEIRISTAS E ESCRITORES INICIANTES

Você está estudando escrita criativa, lendo vários livros, vendo vários vídeos, descobrindo várias dicas, mas ainda sente que sua escrita não está indo para frente? Esse artigo vai te ajudar! Separamos três dicas sensacionais, dadas por editores e showrunners, que vão fazer sua escrita subir de nível. Confira.

CONTE, NÃO MOSTRE

Oi? É isso mesmo? Sim, isso mesmo. A gente já cansou de te aconselhar a mostrar, e não contar. Mas agora estamos falando o contrário: conte, não mostre. Calma, não queremos confundir sua cabeça. Vamos explicar. Quando temos o primeiro contato com o famoso show/don´t tell (mostre/não conte), não entendemos direito. E, depois que entendemos, acabamos ficando meio paranoicos e não queremos mais contar nada, só mostrar. Queremos mostrar absolutamente todos os acontecimentos da história, até os sentimentos de todos os personagens. Abandonamos totalmente o “conte”.


A verdade é que mostrar leva mais tempo de história, tanto em um roteiro quanto em um livro. Muitas vezes não precisamos gastar tanto tempo mostrando certas informações que poderiam ser contadas. É o que a gente chama de “exposição”. “Exposição” demais é, sim, uma coisa muito chata. Aqueles personagens que parecem estar dando informações uns para os outros, mas na verdade estão dando informações para a própria audiência. Mas em certos momentos isso é muito necessário. É possível observar isso muito bem em pilotos de série. Há muito “conte” e pouco “mostre”.


Mas agora que confundimos sua cabeça e você não sabe quando é para mostrar e quando é para contar, vamos te dar uma dica para que você possa decidir isso de uma forma mais precisa: avalie o impacto emocional que aquela informação vai levar para a audiência. Se a resposta é “muito alta”, você precisa mostrar, não contar. Mas se são informações mais básicas, que estão ali para algum tipo de entendimento e que não vão causar nenhum impacto emocional na audiência, talvez seja melhor contar.


Para você aprender a trocar de um lado para o outro de forma certeira, recomendamos analisar os roteiros e livros que você gosta e identificar onde o autor está mostrando e onde está contando. E observar quando e por que ele faz essas trocas de marcha. Então você vai poder replicar a mesma técnica na sua história e deixá-la com um ritmo super bacana.

QUE TAL FAZER UMA LIMPA?

Olhe para o rascunho da sua história assim como você olha para sua geladeira. Quando escrevemos a primeira versão da nossa história, literalmente a estamos contando para nós mesmos. Jogamos várias informações no papel, damos explicações muito detalhadas e criamos diálogos muito extensos. Provavelmente muitas dessas coisas são totalmente desnecessárias. E como identificar que você está dando informação demais e enrolando dentro de um texto? Analisando as frases e os parágrafos mais longos. Quer uma dica? Procure as vírgulas. Veja onde você enfiou um monte delas. Provavelmente ali tem informação sobrando. E, depois que você encontrou aquele monte de vírgulas, naquelas frases muito longas, avalie isso como você avalia as coisas que estão dentro da sua geladeira. Quando a gente abre a geladeira, vê um monte de sobra de comida, assim como esse monte de texto sobrando no seu rascunho. O que estiver cheirando mal, jogue fora porque pode ser nocivo para a sua história. Aquilo que você acha que dá para salvar, tente limpar, deixar de uma maneira que fique com o ritmo bacana, mais conciso. E dê potência para aquela informação, assim como você dá potência para aquele resto de comida da geladeira. Botando um tempero novo, jogando um arroz, uma batata palha, colocando tudo no forno e criando aquele arroz maluco.

NÃO SEJA REPETITIVO

Procure as palavras repetidas no seu texto. Quando estamos escrevendo, temos tendência a cismar com algumas palavras ou expressões e acabamos, de maneira inconsciente, colocando-as repetidamente no texto. E o público não é bobo, acaba identificando isso e começa a sentir que seu texto não está fluindo bem. Tem um site que facilita o trabalho e conta as palavras repetidas do nosso texto. É o Contador de Palavras Repetidas: https://pt.planetcalc.com/3205/. É claro que vai aparecer um bando de “você”, “é”, “pra”, “que”, até aí tudo bem. Mas você também vai ver que repetiu certas palavras, advérbios ou expressões várias e várias vezes. Avalie com carinho cada uma delas. Será que seu texto merece ter determinada palavra cem vezes? Será que ela pode ser trocada por outra? Será que ela pode ser eliminada? Ou não, essas cem vezes foram muito bem empregadas? A questão aqui não é não poder repetir palavra, fora disso. É saber se estamos usando as palavras de maneira consciente ou se elas podem ser trocadas por outras mais fortes, que vão deixar o texto mais bacana, com um ritmo legal e mais suave, para que o público compreenda melhor.

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Eu sou Claudio Formiga!

Nascido no Rio de Janeiro, me graduei em Comunicação pela UFRJ. Comecei minha carreira de roteirista ainda na primeira geração na internet, escrevendo em sites de humor e televisão.

Eu sou Claudio Formiga!

Nascido no Rio de Janeiro, me graduei em Comunicação pela UFRJ. Comecei minha carreira de roteirista ainda na primeira geração na internet, escrevendo em sites de humor e televisão.